domingo, 26 de abril de 2009

Homo Sapiens?



Outro dia estudando os conceitos da Psicanálise, lendo algumas interpretações sobre os conceitos de Sigmund Freud, cheguei a conclusão que o indivíduo é apenas uma poeira impulsionada por algo obscuro e desconhecido empiricamente por nós, o inconsciente.
Somos uma caixinha de surpresas e não há dúvida de que iremos sucumbir por conta da nossa própria sorte. Posso parecer pessimista e beirando ao exagero em minhas palavras, mas é apenas uma questão dedutiva do que apreendo nos livros e no cotidiano.
Freud estabeleceu que o nosso inconsciente, um oceano que abarca uma mínina gota que nos é visível- o consciente, é permeado pelo fluxo ininterrupto de pulsões de vida e de morte, que ele denomina como pulsões sexuais. Podemos imaginar essa fonte de energia como uma torneira aberta, por onde a água faz o seu caminho sem cessar. Bom, tudo isso é muito metafórico e para alguns aparenta ser algo místico. O fato é que, a conclusão a qual Freud chegou é a seguinte: através destas pulsões o sujeito sublima, desvirtua o seu objetivo ideal, o qual nunca será alcançado.
Neste ponto do texto que estava lendo, O Prazer de Ler Freud, me veio um pensamento muito forte e claro, que o homem é um ser que sempre será frustrado em suas ações e que chegará ao seu fim sem conseguir o que almeja. A partir desta minha compreensão assustadora, vieram-me perguntas como se fossem milhões de flechas direcionadas para o meu peito: Se estas afirmações, que são a base da Psicanálise, forem tão lógicas assim. Como explicar esta sociedade em que vivemos? Como observar o poder da psique nos conflitos entre países, na arquitetura das grandes guerras mundiais? Qual será o futuro desse homem que se formou em séculos de história? Qual será o seu fim?
Diante de tantas questões em minha cabeça, eu só consigo pensar em um final para nós. Como muitos dizem:"Só Freud explica". Mas para mim não para por aí e posso dizer meus caros, que o que deduzo para o ser humano é devastador. Não sei se o homem sucumbirá através de alguma droga, ou doença muito avassaladora(detalhe: que evoluem pelas nossas próprias mãos) ; não sei se o destino da humanidade será seu "abortamento" por uma irremediável guerra mundial. Não sei se sumiremos por meios naturais, através de uma forte catástrofe promovida pela raiva da natureza com os nossos atos.
Em meio a estas terríveis suposições eu só consigo raciocinar da seguinte maneira: Somos seres auto-destrutivos, indivíduos que não valorizam o seu bem maior, a vida. O gênio, mente pensante que veio a Terra, sem pelo, sem garras, sem saber se defender. Não me chamem de pessimista, genocida, ou coisa parecida. Reflitam nesta mistura de ciência e auto-ajuda(infelizmente esse texto ficou parecendo isso, hahah) e movam-se, mentes brilhantes!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Apenas um recado

O que diria Ródia, protagonista do clássico Crime e Castigo de Dostoiévski ao observar o sistema de punição e jurisprudência de hoje? Com certeza ele não teria titubiado uma só vez para confessar o seu crime e ir para a Sibéria. Ora, quem não iria preferir pagar a sua pena nas galés do que entrar em estado de decomposição moral e física nas prisões atuais?
O fato é que as penitênciárias do nosso século viraram praticamente sinônimo de grandes criadouros de potentes criminosos, onde um simples delito, como furtar um pote de margarina, pode se desdobrar em destinos muitos mais obscuros, em crimes muito mais violentos. Esta conclusão se mostra na medida em que o cárcere não é nada mais, nada menos que, o principal motivador de não mais se considerar os direitos humanos e tampouco a justiça.
Os indivíduos que cometem homicídios, latrocínios e tantas outras atrocidades devem sim, pagar pelo seus maus feitos. Mas não em um lugar insalubre, aonde o ócio se faz o fomento para mais e mais criminalidade. E o que dizer das nossas leis? Leis que permitem, por exemplo, que a pirataria que assola as produções audiovisuais não se abale com apenas quatro anos de detenção no máximo e fica tudo por isso mesmo. Leis que através de manobras descaradas passam a largo na punição contra tantos atos de corrupção brasileira.
O que deve ser feito é uma reforma "já" no setor carcerário, na justiça e que medidas urgentes não fiquem mofando em meio a processos. O preso deve receber reabilitação social para voltar a civilidade, deve ser mão de trabalho, mente de absorção de conhecimento, praticar esportes....
Será que a máxima de Thomas Hobbes: "O homem é o lobo do homem"chegara a sua ratificação concreta? Ou não parece óbvia demais a deterioração do nosso sistema prisional?