quinta-feira, 25 de junho de 2009

I'll Be There. Eu estarei lá.


Aos meus sete anos de idade eu entrava na Belina verde do meu pai, carro célebre dele, e pedia para ele colocar a fita cassete com uma música que eu me identificava , talvez, pela voz infantil e bela quando escutava aquela banda. A música era I'll Be There.
Eu só sabia que era um grupo de irmãos músicos negros que papai admirava, que um daqueles irmãos havia se tornado um grande cantor e que eu adorava cantar e dançar as suas canções debaixo do chuveiro. Freneticamente, comecei a inventar diferentes coreografias para as batidas pops que vinham da melodia que me embevecia. Pronto, estava construida em mim a figura do ídolo Michael Jackson. Com o passar do tempo figurei vários outros ídolos musicais internacionais, como: Madonna, Beatles, Spice Girls, Guns N'Roses e outros. Com certeza, Michael estava e sempre estará entre os que de tão perfeitos em me proporcionarem um mundo de fantasia, tornaram-se mais do que simples música e entraram para a minha história.
Em uma certa ironia, no dia em que conheci o Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro, onde pude ver fotos de grandes cantores do rádio brasileiro de outras décadas, que dentre muitos aprendi a valorizar há pouco tempo, recebi neste 25 de junho a fatídica notícia da morte de Michael Jackon. Fiquei atordoada, nervosa e pensava: Como assim, este cara é imortal? e só me aparecia a resposta: Ele se foi!
Falando em valorização de talentos, com a triste confirmação alguns pensamentos me tocaram. A carreira deste homem fora sim, sempre marcada por excentricidades e escândalos. Mas seu talento mostrou-se maior do que tudo isso. Hoje, o mundo tomou na veia que corre seu sangue um forte analgésico para poder entender esta perda repentina. Faço aqui uma alusão um pouco tétrica, pois nosso Rei do Pop durante anos vinha perdendo sua luta contra este tipo de droga.
Um pouco mais acima, falei em fantasia. Sim, essa foi a solução que o menino nascido em 1958 ,que não quis crescer, achou para se refugiar e enfrentar a fama e o espetáculo. Ele criou para si a sua Terra do Nunca, Neverland.
Bom, chega de ruminar esta perda. Na verdade o que realmente um merecedor de ser fã desta figura contraditória deve fazer é continuar à sua maneira o sonho sem pé nem cabeça de Michel Jackson. É o que vou fazer. Continuar a cantarolar e dançar debaixo do chuveiro e repetindo com saudade: I'll Be There. Eu estarei lá.

E, oh, eu estarei lá para te confortar Construir meu mundo de sonhos em sua volta Estou tão feliz por ter te encontrado Estarei lá com um amor que é forte Serei sua força, continuarei firme.







sábado, 20 de junho de 2009

Como Receita de Bolo


O que deve ser aquilo que realmente serveria para ser aprendido por todas as híbridas gerações que passam por esse Mundo?
A pergunta me vem pelo fato de haver pontos de interrogação em tudo o que há por aqui, seja o produtivo ou fútil. Seja o que passa de mais desapercebido, ou o que na verdade importa, acrescenta. É como se fosse uma receita de bolo de gosto indecifrável.
Vejo que o fluxo da criatividade ideal de hoje se instala no que é novo, remontado e simples. Bom, pensando por uma breve análise dos fatos, sinto como poderia ser e é relevante e rico o processo criador contemporâneo. Mas o ponto de interrogação continua a ser uma máscara em muitas formas de expressão que tenho observado nesta geração de sujeitos que querem tornarem-se reconhecíveis. Como um pulga atrás da orelha que me sussura assim: O que é isso?
Sim. Esta geração, que aliás não sei denominar, transpira o suor do desencanto, ao mesmo tempo em que absorve os prazeres mais intensos desta vida. Vou explicar. O fantasma do modismo e daquilo que é cult são igredientes para aqueles que desejam se vestir de pseudointelecutais. Para aqueles que buscam aquele ditado:"Viver cada dia como se fosse o último", posso me arriscar a dizer que necessitam de uma generosa dose de mediocridade e despropósito no viver. Outros, posso dizer que nesta espécie eu me incluo, desejam um tempero raro, o conhecer ,e se o destino deixar, sair daqui com um pouco de reconhecimento. Pode ser pretensão ficar denominando sujeitos, como que em dedo em riste, e pontuando para o que eles servem, mas são apenas palavras, um texto criado por mais uma pessoa sem identidade, sem rosto, encoberta pelos avanços e pormenores inefáveis do todo (o bolo).
Oh, Admirável Mundo Novo! Terminamos perguntando: Em qual categoria ou casta estou? Sou uma Alfa, uma Gama, Beta? Não! Não quero fazer parte de um contagioso ser ou coisa sem nome, sem nada, sendo ditado por um fluxo que nos leva como os ovos e a farinha , que se misturam a imensidão e não tem como se salvarem, se destacarem. Aí meus caros, acreditem,seremos encontrados apenas na massa deste bolo solado e sem graça.