quinta-feira, 18 de março de 2010

As pulseiras dos sete pecados

Noite de segunda-feira, dia oito de março. A moça para em uma banca de jornal perto da estação de metrô Botafogo, às 20:30 da noite para ver apressadamente jornais e revistas, antes de ir para a sua casa assistir sua novela preferida. A moça encontra um grupo de meninos.
Logo ao chegarem a banca de jornal, um dos meninos fala:
- Moço tem aquelas pulserinhas aí?
- Pulserinhas de quê?- indaga o jovem jornaleiro.
- Aquelos de sexo...sabe? responde com cautela o menino, de 12 anos, com palavras lacônicas, talvez pelo incômodo proporcionado pela presença da tal moça.
- Não, não tem - diz Dijalma, o jornaleiro.
O que aquela trupe de meninos de chinelos e sem-camisas não esperava era por um suposto interesse vindo da "entrona", como foi chamada por eles depois.
- Ahh!! Vocês estão atrás daquelas pulserinhas, então??
- Sim - disse o menino mais velho.
- Vocês sempre compram essas babozeiras? E conseguem o que com elas?- interpelou a fulana.
- Ahh, a gente compra todo dia. É baratinho e conseguimos "ficar" com as meninas.Acabei de dar um selinho em uma, depois que eu arrebentei isso aqui- fala ainda o "manda-chuva" da turma, mostrando a recompensa pelo o beijo (o acessório arrebentado).
- Se vocês fossem meninas, fariam tudo que pedissem também? Selinho, papai e mamãe, oral,etc...??
Os pequenos (pequenos mesmo, porque o menor tinha sete anos)saíram rapidamente da banca de jornal e quando estavam quase saindo do alcance de visão da fulana, gritaram: QUE CHATA, ENTRONA. POR QUE NÃO ME DEU UM BEIJO, PIRANHA?
Ela, a jovem, não acreditou no que ouviu. Logo foi amparada pela a cordialidade de Dijalma e seguiu para a estação do metrô. São acontecimentos assim, que demostram o quanto, nós mulheres, perdemos integridade e valor. No dia do fato, Dia Internacional da Mulher, o pedido feito por aquelas que não são frutas e nem capas de revistas mas quem tem nome , trabalho, família...RESPEITO-AMOR-INDEPENDÊNCIA.