segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A espera

Em meio ao pranto
há a composição do amor.

Na dor por quem está partindo
há o carinho.

Numa despedida de quem não quer se soltar
a notícia do reencontro conforta a saudade.

No que parecia vinte dias da minha metade
agora tornou-se um breve momento.

Prova de que sou um "corpo inteiro"
de que posso chorar por tudo na vida
Mas que não existirá a perda do amor verdadeiro
e da cumplicidade de quem me faz feliz.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Apostar em um sonho


Como seria bom se tivéssemos um oráculo que nos dissesse qualquer coisa sobre o nosso destino, ou que pelo menos sorrisse diante de nós para significar que nossa vida será bela - Muitos pensam assim.
A verdade é que não suportamos o peso de uma mudança ou de uma dúvida, como pedras no meio do nosso caminho.
Mas venha cá, reflita comigo! Poderíamos sonhar e ter o saboroso gosto dos planos do viver com tanta certeza? Não. CERTEZA. Não gosto desta palavra. Ela me passa uma sensação de algo lacônico, mecânico e sem graça.
A vida pode parecer mais prazerosa quando acertamos em cheio, quando não erramos na medida. Mas como assim? Eu quero poder SONHAR e isto só é possível com um combustível vital: a atitude de se arriscar! E mais uma coisa, certeza pra mim não é um ponto final e sim uma sensação que mais parece a minha sombra, pois todos os dias está comigo e não precisa de provas para ser justificada.
É só isso.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Olhos de Ressaca


O menino mulato, filho de uma lavadeira e de um pintor. "Machadinho"era carioca e seria consagrado como um dos maiores exemplos da Literatura Brasileira. Tornou-se o "Bruxo" das palavras introspectivas e dos personagens grandiosos nos mínimos detalhes. Joaquim Maria Machado de Assis constuma passar pelas nossas vidas ainda na escola, quando recebemos da professora a ordem de ler uma de suas obras. Sempre ouvimos dos amigos: "Minha professora de Português mandou a turma ler aquele tal de Dom Casmurro". E Machado com a sua "casmurrice"logo nos encanta e passamos a andar com um daqueles livros de contos baratos, que encontramos nas bancas: Contos Escolhidos de Machado de Assis.
No ano de 2008, completou-se um século sem Machado, mas a prova de que sua história ainda desperta a curiosidade de muitos, é a microssérie Capitu produzida pela TV Globo. O ciúme de Bentinho, Dom Casmurro, e a vívida e dissimulada Capitu com seus "olhos de ressaca",são representados de uma forma que soa meio erudita demais, mas revela uma nova linguagem e uma saída para o "gesso" da teledramaturgia brasileira. Pergunta-se: É teatro? Na minha opinião, vejo sim uma "fusão" brilhante entre teatro e TV. Uma trilha sonora maravilhosa e um trabalho de luz e figurino de primeira categoria. Sem falar no cenário.
O fato é que, a série abre um leque de possibilidades de se fazer o que às vezes parece impossível na televisão e na verdade não é. Mesmo só alcançando 15 pontos de audiência, Capitu é um avanço em termos técnicos e narrativos, que pode ter tido como protótipo outra trama, Hoje é dia de Maria. Enfim, iremos nos acostumar com as inovações das produções audiovisuais brasileiras.