sexta-feira, 29 de junho de 2012

"UMA DECLARAÇÃO DE AMOR ÀS MULHERES"

E aí, comeu? Filme dirigido por  Felipe Joffily pretende levar o público a viajar diante de diferentes esteriótipos masculinos em torno dos variados pontos de vista que a mente masculina define assuntos como sexo e relacionamento.
O longa aproveita a safra abundante de comédias nacionais como, "Muita Calma Nessa Hora" (2010), "De Pernas Pro Ar" (2010) e "Cilada.Com" (2011), para tentar emplacar nas telonas de todo o Brasil.
Baseada na peça de Marcelo Rubens Paiva, a obra promete arrancar risos da platéia mostrando situações íntimas explanadas pelos personagens de Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira e Emilio Orciollo Netto em um descontraído papo de bar.
Logo se vê que o longa tem um grande desafio pela frente. As comédias nacionais ,mesmo abarcando um público satisfatório, ainda são caracterizadas por cinéfilos de plantão como puro pastelões com roteiros vazios e insossos.
Em sua análise Rubens Ewald Filho diz:  "A grande sacada foi procurar adaptar uma peça homônima de sucesso de Marcelo Rubens Paiva (que também fez o roteiro), que além do título muito comercial e irresistível dá uma visão muita autêntica do que os homens pensam das mulheres de hoje em dia. O bom do filme é não se contentar em ser uma mera pornô chanchada à moda de Os Paqueras e todos seus descendentes. Ele mira mais longe e consegue fazer observações pertinentes sobre a guerra dos sexos e a dificuldade dos relacionamentos."
O ator Bruno Mazzeo relatou em entrevistas que o filme é uma ode ao universo feminino, uma declaração de amor as mulheres. O que reflete um desafio, pois aquelas que já assistiram ao longa, muitas nos dez primeiros minutos se sentiram um pouco incomodadas com certos diálogos dos personagens.
No mesmo dia de sua estreia (22/06), também chegou as telas "Febre do Rato" de Claudio Assis, que afirma sobre o longa concorrente: “Isso é nojeira, excrescência, escraviza o olhar.”
Enfim, podemos concluir que a comédia de Felipe Joffily tem muito o que mostrar para sair de um certo estigma de falta de conteúdo criado acerca das comédias brasileiras.



segunda-feira, 18 de junho de 2012

JOSÉ PADILHA EM SANGUE LATINO



O cineasta carioca José Padilha reconhecido pelo estouro de Tropa de Elite I (2007) pirateado antes de ir para as telonas, o que rendeu grande repercussão e estima-se que 11 milhões de pessoas tenham assistido ao DVD pirata. Nos cinemas, o filme conquistou o maior número de espectadores no Ranking nacional 2007. Em 15 de fevereiro de 2008 ganhou o Urso de Ouro, em Berlim.
 Já em 2010 lança Tropa de Elite II, com maior sucesso do que o primeiro, em que muitos dizem que a continuação da saga do Capitão Nascimento (Wagner Moura) é melhor que a sua apresentação no primeiro longa. Outro longa de sucesso foi o documentário Ônibus 174 (2002), no qual o diretor retrata um sequestro de um ônibus ocorrido no Rio de Janeiro que além de ter se tornado uma tragédia, transformou-se em um "show televisivo."
Padilha também trabalhou em várias parcerias, foi produtor do filme Tanga: Deu no New York Times (1987), dirigido por Henfil, e trabalhou na viabilização financeira de Boca de Ouro , de Walter Avancini.
Na série Sangue Latino (vídeo do post), dentre as suas falas sobre economia, cinema e arte, o cineasta ao ser acerca de qual seria a função da arte responde: A arte não tem função, ela tem motivações, não é algo determinado. 
Com isso, Padilha elucida como o processo criativo deve ser livre e seguir apenas as intenções de quem o produz, caso promova-se através de uma função específica nascerá e será "engessado".

sábado, 16 de junho de 2012

"Faze tudo que tu queres, há de ser tudo da lei"

Com esta frase que nomeia a postagem o documentário "Raul- o início, o meio e o fim dirigido por Walter Carvalho se propõe de uma forma documental básica retratar ,após vinte anos da morte, a trajetória do músico baiano que se tornou ídolo de multidões pelo seu jeito singular, seu espírito "maluco beleza" e sua figura de uma "metamorfose ambulante" de forma literal.
O longa percorre cronologicamente a vida de Raul, mostrando seu despertar musical desde a infância e como tudo isso evolui até a sua morte no ano de 1989. A preocupação não foi apenas em mostrar o roqueiro exagerado, com letras provocantes, principalmente na época da Ditadura Militar nos anos 60, mas também permeia seus inúmeros relacionamentos amorosos e sua parcerias e influências no mundo da música.
Marcado por uma série diversificada de depoimentos de personagens marcantes na vida do músico, o filme de certa forma leva o espectador a viajar de forma mais densa no desenrolar da vida de Raul. Permite que se veja o relacionamentos com os amigos, seu lado família e sua perda na batalha para lutar contra as drogas, com destaque para o álcool.
Como em qualquer documentário, imagens caseiras e fotos particulares ilustram e dão sequência à continuidade do filme. Como não poderia faltar, histórias das criações de suas canções são complementadas com imagens de shows e depoimentos do próprio Raul em vida são mostrados ao longo da obra.
De uma forma geral, Walter Carvalho alcança as expectativas do público, em especial dos fâs do "Rauzito". Se alguma crítica contra o filme pudesse ser elucidada seria apenas que o filme poderia ser mais "redondo" no sentido de que algumas questões e depoimentos se repetem. Também a forma como foi decidido o seu final foi meio desastrosa, já que as cenas do enterro e a música que acompanha essa sequência, na qual Raul fala da morte, poderiam ser poupadas para fugirem do clichê (quase todos documentários nos quais o personagem cinebiografado já morreu mostram cenas do enterro) e para que o espectador saísse mais leve do cinema.
De toda a forma, uma grande obra. Reveladora de uma figura pública que ainda vive "em nossos ouvidos" até os dias de hoje.

Êxtase e Prazer


"Paraísos Artificiais" (2012) dirigido por Marcos Prado e com um elenco relativamente conhecido: Nathalia Dill, Luca Bianchi, César Cardadeiro, dentre outros rostos conhecidos pelo público, traz à tona questões que sempre foram levantadas como tabu pela sociedade em geral. O sexo e a difusão das drogas, principalmente as sintéticas, é são postos como argumento do filme, que através de uma visão quase que poética se propõe a mostrar os caminhos e os destinos de vida que são traçados em meio a este quadro montado em cenários diferentes como, festas have e a cidade de Amsterdã.
Em análise sobre o filme, o blog Cinema Detalhado elucida:  "O que se pode dizer, até pela vistosa produção, é que o filme passa longe de algo realizado por um novato inexperiente ou mesmo que seja experimental demais. Prado tem muita certeza de suas escolhas, talvez o que falte para o seu filme ser muito bom, seja relativo ao exagero de desfechos elipsados. Em certos momentos, o diretor parece mostrar em demasia o desnecessário, apesar de render cenas interessantes, em detrimento ao que deveria ser o mais acertado e estimulante de se apresentar. "
A sensibilidade do diretor para imagens com o teor poético em seus cortes e formações pode ser vista em outras produções como "Estamira" (2010). Documentário "ácido" que mostra de forma crua a realidade de uma catadora de lixo com problemas mentais. Prado entra no universo da protagonista e dele tira toda a construção de sua obra.Além do longa, Marcos Prado também trabalhou como produtor em Ônibus 174Tropa de Elite I e II
Já "Paraísos Artificiais" é uma obra de ficção que de certa forma aguçou a curiosidade do público não só pelo tema, mas também por corajosamente levar para as telas cenas consideradas picantes e apológicas ao mundo das drogas e do sexo liberto de qualquer preconceito. 
 De fato, muitos espectadores podem construir uma visão negativa do filme, tendendo para o lado de que muitas coisas formaram um exagero. Outros, de forma positiva, defendem o longa com o argumento que não se deve tratar com hipocrisia algo existente na realidade social e que a mensagem do filme foca-se nas escolhas que são feitas na vida. A própria questão do tráfico de drogas que envolve o personagem de Lucas Bianchi (Nando) caracteriza a destreza de colocar as ciladas de escolher "o lado errado" da vida.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tirem-me estas vendas


Nesta última quarta-feira, 16 de junho, dois fatos apresentados na imprensa podem trazer correlações em relação às atitudes tomadas pelo nosso "Estado de Direito" para que um governo democrático seja imperioso no dia a dia dos brasileiros.
A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) na qual se ratificou a legitimidade da chamada "Marcha da Maconha" e a discussão acerca do "silêncio eterno" de certos
documetos que deveriam ser públicos fizeram com que, em muitas pessoas, um momento de reflexão tomasse conta dos pensamentos.
Por mais singulares que sejam tais fatos,intrinsecamente quardam proximidades. As duas questões veem, de certa forma, preservar direitos e espaço de liberdade de expressão.
O ponto é, a procura da legitimação de manifestações como a que trata da descriminalização da maconha, em defesa da homossexualidade, são eventos que devem ser mantidos e seus participantes continuarem com seus "gritos de liberdade". O que não pode é tudo isto ser permeado ou confundido com apologia às posições defendidas.
Como assim? Pense. Grupos de pessoas que fumam um "baseadinho" e não levam em mente os pontos positivos trazidos pela marcha, como por em pauta o assunto da legalização das drogas, que deve deixar de se tabu social aquém do fim que tiver.Isso esvazia qualquer tipo de atos assim, a falta de compromisso com o real objetivo da causa. Delibera imprensões negativas para o próprio movimento.
Já o caso do "silêncio eterno" de documentos guardados "a sete chaves" pelo Congresso Nacional não tem o que discutir. É um direito constitucional que sejam colocados a par da sociedade papéis e outras coisas que estão trancafiadas a mais de cem anos, como registros da Guerra do Paraguai. Descupem-me Senador Fernando Collor de Mello e Sarney, que foram contra a abertura dos documentos, mas nada causa mais asco do que a não-transparência governamental.
Para os políticos: Não se pode mais tentar vendar os olhos do povo frente a democracia. Para o povo: Lutar, se expressar para alcançar respeito e cidadania deveria ser um dever d'alma de cada um de nós.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Medidas vergonhosas de um governo devedor

A decisão do nosso digníssimo governador, Sérgio Cabral, de inserir cotas raciais e indígenas no "mercado dos concursos públicos" é lastimável. Olha governador, quer um conselho? Melhor, uma ordem? invista no nosso ensino de base que anda mais do que esquecido, literalmente caindo aos pedaços. Dê uma qualidade de ensino melhor, com professores bem pagos, sem esses salários vexaminosos (em alguns estados brasileiros, menos de mil reais).
Nada contra as outras raças desse Brasil, afinal o que nós somos? Raça indefinida. Uma valiosa mistura dos povos colonizadores e colonizados deste país. Na minha opinião sincera, cotas são sobretudo um meio de discriminação, pois com elas afirma-se uma história de exclusão social, violência , preconceito e escravidão. E por outro lado, negros, índios e outros se engendram em um discurso de uma pseudo-hiposuficiência e até de acomodação para ratificar tais ações governamentais.
Já não basta o mercado, a mina de dinheiro que tornou-se a competição dos concursos, agora temos que lidar ainda com uma medida que, ao final de toda essa discussão, não resultará em melhores escolas, profissionais satisfeitos, meios didáticos decentes e por aí seguem mais ideais quase que inalcançáveis da educação brasileira.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Não podemos cair em um lugar comum


Esta semana tivemos o aval da Presidenta Dilma (ela gosta de ser chamada assim) para a não- distribuição do "kit contra a homofobia". A boa diligência em relação a este assunto por parte do Poder Executivo não se comprova por ser um ato preconceituoso e sim, de cautela. Preservar os direitos, respeitar modos de vida, não invadir o espaço alheio, não tem nada a ver com algo que, sinceramente, faz mera apologia.

Acho que, particularmente, a presidente também achou exagerado o conteúdo dos vídeos. A pressão da bancada religiosa, que houve de certo, não se justifica como algo discriminatório aos gays.

Uma coisa é reinvidicar direitos e respeito, outra é ser invasivo e se equiparar às normas da sociedade héteronormativa .

Mas, esclarecimentos à parte, devemos citar também no contexto deste assunto o comportamento antiquado do parlamentar Jair Bolsonaro. Aparições em programas de TV de baixo calão, que não promovem debates, mas futilidades acerca do tema, só fazem piorar a situação do presente deputado e também dos que defendem a causa gay.

O CUIDADO PARA NÃO CAIR NO LUGAR COMUM E SE TORNAR UMA BANALIDADE, HOJE É O PONTO QUE MAIS INTERESSA PARA AS PARTES ENVOLVIDAS.