quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cinema como um hit teen ??


O cinema nacional está explorando novos roteiros, técnicas, narrativas, linguagens...enfim, não dá pra dizer que o que estamos produzindo aqui seja de média ou má qualidade.
"As Melhores Coisas do Mundo", direção de Lais Bodanzky, mostra um lado curioso por parte da cinematografia brasileira - sua tentativa de aproximação com o mundo teen, o imaginário adolescente. A adaptação da série literária "Mano", escrita por Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto, foi bem colacada. Arrisco a dizer que o espectador médio, que geralmente no Brasil não vai ao cinema para ver um filme nacional e quando vai sempre diz que deixou a desejar, pode sair da sala de projeção um pouco entusiasmado com nossas películas da sétima-arte.
Depois desta positiva crítica ao que vi durante 107 minutos, vamos à retrospectiva pontual do que, para mim, ficou em falta, ou soou em excesso em relação à adaptação. A aproximação com o mundo dos jovens foi acertada, ainda mais com a crítica feroz em relação ao cenário virtual atual. Mas em certos momentos, pude perceber romantismo exarcebado nas personagens e diálogos-clichês acerca do universo teen. Por exemplo: será que é regra todo menino de quinze anos se apaixonar pela menina mais popular da classe e procurar justamente um puteiro para aliviar seus prazeres?? fica a pergunta, lembrando que essas circunstâncias acontecem sim, mas será que com uma maior parte dos adolescentes??
Em conclusão, eu digo que dou nota 10 para "As melhores Coisas do Mundo". E dou esta nota especialmente pela abordagem do tema homossexualidade, separação dos pais e os conflitos psicológicos de uma mente jovem, que muitas vezes pode beirar uma verdadeira "bomba prestes a explodir", como o próprio Pedro (Fiuk) diz.
Certamente é difícil de acreditar, mas realmente existem as "melhores coisas da vida". E - uma delas - é saber se tornar um adulto produtivo e depois um idoso satisfeito com o que viveu e aproveitando tudo que ainda tem para viver.