sábado, 16 de junho de 2012

"Faze tudo que tu queres, há de ser tudo da lei"

Com esta frase que nomeia a postagem o documentário "Raul- o início, o meio e o fim dirigido por Walter Carvalho se propõe de uma forma documental básica retratar ,após vinte anos da morte, a trajetória do músico baiano que se tornou ídolo de multidões pelo seu jeito singular, seu espírito "maluco beleza" e sua figura de uma "metamorfose ambulante" de forma literal.
O longa percorre cronologicamente a vida de Raul, mostrando seu despertar musical desde a infância e como tudo isso evolui até a sua morte no ano de 1989. A preocupação não foi apenas em mostrar o roqueiro exagerado, com letras provocantes, principalmente na época da Ditadura Militar nos anos 60, mas também permeia seus inúmeros relacionamentos amorosos e sua parcerias e influências no mundo da música.
Marcado por uma série diversificada de depoimentos de personagens marcantes na vida do músico, o filme de certa forma leva o espectador a viajar de forma mais densa no desenrolar da vida de Raul. Permite que se veja o relacionamentos com os amigos, seu lado família e sua perda na batalha para lutar contra as drogas, com destaque para o álcool.
Como em qualquer documentário, imagens caseiras e fotos particulares ilustram e dão sequência à continuidade do filme. Como não poderia faltar, histórias das criações de suas canções são complementadas com imagens de shows e depoimentos do próprio Raul em vida são mostrados ao longo da obra.
De uma forma geral, Walter Carvalho alcança as expectativas do público, em especial dos fâs do "Rauzito". Se alguma crítica contra o filme pudesse ser elucidada seria apenas que o filme poderia ser mais "redondo" no sentido de que algumas questões e depoimentos se repetem. Também a forma como foi decidido o seu final foi meio desastrosa, já que as cenas do enterro e a música que acompanha essa sequência, na qual Raul fala da morte, poderiam ser poupadas para fugirem do clichê (quase todos documentários nos quais o personagem cinebiografado já morreu mostram cenas do enterro) e para que o espectador saísse mais leve do cinema.
De toda a forma, uma grande obra. Reveladora de uma figura pública que ainda vive "em nossos ouvidos" até os dias de hoje.

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